domingo, 31 de julho de 2011

Conto de fim de ano que como todos tem algo de realidade!

"Lentamente, no improviso das coisas que nascem sem premeditação, foram-se conhecendo. Muitas foram as palavras que antes se disseram, revelando ideias, valores atitudes e cumplicidades. Foi um percurso não excessivamente longo, mas não tão curto que impedisse que a maturidade da comunicação fosse demasiado aérea, ou frágil pela fraqueza dos temas. Foram tempos de comunicação sem voz, até ao dia em que o olá surgiu na linhainesperadamente ao vivo, do outro lado do continente, voz grave e perfumada pelo sotaque, das ilhas distantes. Foi o começo de um saber estar, partilhar e vitalizar de sentimento impar. Pessoalizaram-se conhecimentos trocaram-se nas voltas e revoltas, das imensas componentes com que a vida é recheada. E assim foi até que o culminar de um frente a frente super divertido, envolvido de misterioso quase rocambolesco processo. Processo esse que exigiu um afinamento de agulhas para o que um conhecimento restrito à longo tempo, não fosse percepcionado pelos demais, que teriam de ter de permeio e independentemente da sua vontade. Sorrisos cúmplices, frases de circunstância, ditaram o caminho de um futuro sem fim à vista, mas que de certeza seria, foi, é ainda hoje uma parte das nossas vidas.
Muitas coisas se passaram desde então com maior confiança, abertura, confidência, união de quereres e vontades.
Depois, sim depois, uns cabelos desgrenhados, olhares atravessando espaço, trocando mensagens. Agora ali tão perto, mas na necessária distância que o decoro exigia, nos entremeios de um momento lúdico desportivo e com a vontade imensa de romper as etiquetas, do bom senso e partir para os confins sem travões.
Nunca, uma Ilha se tornara tão pequena, que a dimensão dos sentimentos dos corpos que a continham. Três dias de frente a frente, de caminhadas e sorrisos, de calores e pouco siso foram momentos incríveis. E de tal forma o foram, que algum tempo depois numa passageira permanência foram atrevidamente realçados em lábios saudosamente saboreados entre murmúrios e o avistar de ruidosos pássaros de metal.
Daí nasceram, sentidos, reacções e corpos que se soltaram em orvalhos maduros marcando rastos na intimidade. Mesmo na distância a sonoridade de um voz mexia na realidade libertando continentes de emoção.
Difícil será mesmo no interregno que a necessidade obriga, esquecer quem em nós está e vive como presença de plenos sentidos.
Inté, como quem diz, mais depressa que o que se pensa acontece o que não se espera."



 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Eu

Tenho várias vidas:
A minha
A que os outros inventam para mim
A que a minha família pensa que tenho
E a que tu imaginas

quarta-feira, 27 de julho de 2011