quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Nunca vou ser o que tu queres





Gastamos muitos perdigotos e neurónios a tentar persuadir os outros a serem o que nós queríamos que eles fossem.
 
Apesar das nossas motivações – caprichosas ou altruístas – acabamos por ficar derrotados perante a nossa miserável capacidade de mudar os outros para o que queremos.
Quantos cabelos brancos ganhos para que os outros fossem diferentes!
 Pais, filhos, namorados, namoradas, patrões e empregados, tudo a querer mudar os outros.

Os filhos nunca têm exactamente os pais que querem.
 Os empregados nunca têm os patrões que querem. As namoradas não têm os namorados que querem, e os maridos  as mulheres que querem.
 Todos querem alguém ligeiramente diferente. Mais simpático, responsável, atento, paciente, interessado, interessante…

Contudo esta abordagem levanta alguns problemas:

1. Começa pelo que o outro tem que mudar.
Temos listas infindáveis de exigências – desde a roupa que usam até ao interesse em literatura russa – que os outros deviam ter, e todas começam pelo que o outro devia mudar.
 E não pelo que eu posso mudar.
 
2. Saber o que o outro realmente precisa.
Já somos estupendamente desastrados a perceber o que realmente precisamos, quanto mais o que os outros precisam.
 Que prepotência achar que sabemos o que o outro precisa!
 Apesar de toda a nossa boa vontade, muitas vezes o que nós queremos não podia estar mais longe daquilo que o outro realmente precisa.





3. Ser tudo para todos é nada para ninguém.
Se alguém quisesse ser o que toda a gente quer, não conseguia ser nada para ninguém.
 Como cada pessoa tem uma ideia própria sobre o que cada um devia ser, se alguém tentasse ser essa pessoa, rebentava (em muitos bocadinhos diferentes).
 
4. Mudar para agradar aos outros sai para o torto.
Por vezes agradamos aos outros para que gostem de nós.
 Mas uma pessoa que muda apenas para agradar, não muda no longo prazo.
 E torna-se cansativa passados 15 minutos.
 
5. Nunca ninguém é exactamente como queremos.
Quer a diva mais perfeita ou o namorado mais principesco têm aquela mania irritante.
 A imagem perfeita que criámos só existe na nossa cabeça. Na realidade, nem por isso.
 
Pouparíamos muita energia e tinta para os cabelos brancos, se aceitássemos o que os outros são.
 

Mas será que por isso devemos deixar de tentar de mudar os outros para melhor? 
Claro que não!
Mas isto de querer que o outro seja melhor não vai lá mudando alguém, mas gostando de alguém.
 O que muda os outros não são as nossas estratégias, os nossos argumentos ou as nossas palavras. É o nosso amor.
 Por isso não se trata de mudar, trata-se de amar.
 Se queremos demasiado que o outro seja diferente é porque não estamos a amar o suficiente.
 
Talvez o melhor que hoje podemos ouvir é… nunca vou ser o que tu queres.
Autor desconhecido

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

As relações têm de ser estimadas todos os dias





As relações têm de ser estimadas todos os dias. Com atenção. Com olhares. Com afecto. Com calor. Com cumplicidade. Com um bom dia. Com um boa noite. Com beijos. Com abraços. Com diálogo: Como correu o teu dia? Como te sentes? Como estás? As relações precisam de ser cuidadas todos os dias como se de uma vida se tratasse, porque no fundo, as relações são feitas de vidas com necessidades e desafios próprios. Ouço algumas vezes dizer que os momentos marcantes das relações são as viagens, as férias, os momentos de entusiasmo com amigos, as saídas, os jantares e outro tipo de eventos festivos e de lazer. Estou certa, que todos estes momentos trazem e dão lufadas de ar fresco aos casais e às famílias. No entanto, talvez sejam as rotinas e a forma como é vivido o dia-a-dia que marcam as relação de forma determinante. Que pautam a sua qualidade. Que alimentam o amor e a união de todos. São as partilhas de dificuldades, os momentos de tensão, os dias de cansaço, os dias difíceis que vão ditar a vida de cada vida da relação. As relações precisam de um projecto em comum, de respeito, de liberdade, de calor e acima de tudo de serem alimentadas todos os dias nas rotinas e nas dificuldades. Estar numa relação é aprender a negociar vontades, é aprender a ouvir, é aprender a ceder e acima de tudo incrementar a criatividade suficiente para fazer diferente todos os dias, nos dias que parecem todos iguais. 

Autor desconhecido