terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vais ficar sozinho. E isso é bestial

"Gastamos muita energia para tentar garantir que não ficamos sozinhos. Queremos ter a certeza que vai lá estar sempre alguém para nos compreender e animar. O que faria todo o sentido, não fosse um pequeno pormenor: isso é impossível.
Quer seja durante 1 hora ou 1 década, vamos ficar sozinhos. O problema não é esse. O problema é o que significa ficar sozinho na nossa cabeça.
Estar sozinho assusta porque sugere que vamos ficar desamparados. Como se ninguém se preocupasse connosco. Fazemos muitas coisas para não nos sentirmos assim: começar uma relação sem futuro, comprar um cão, passar horas na internet, ou culpar outros…mas nada disso vai ao fundo da questão.
Na realidade o que nos assusta não é uma coisa exterior a nós. O que nos assusta somos nós. É o que vamos pensar e sentir quando estivermos apenas connosco. Se não estamos com ninguém, estamos condenados a passar tempo connosco. E como muitas vezes não gostamos de nós próprios… fazemos tudo para não estar sozinhos.
Ficar sozinho pode ser uma coisa bestial, precisamente porque nos força a estar bem connosco. Essa aprendizagem – por muito longa ou dolorosa que possa parecer – não tem comparação com a liberdade, força e coragem que vamos ganhar.
Quem evita estar sozinho vive sempre em medo. Tem medo do pode vir a acontecer e de como se vai sentir. E caso tenha alguém, vai estar sempre com medo de perder essa pessoa. Por outro lado quem está bem consigo, está bem com toda a gente: saber estar a sós consigo mesmo, muda a forma como se está com qualquer pessoa.


Estar sozinho, mesmo quando gostariamos de estar acompanhados, não tem que ser um drama.
Querias estar a ver filmes com a pessoa de quem gostas, e não estás. So what?
Querias ter companhia a dar um passeio ou almoçar fora, e não tens. So what?
Querias poder falar do teu dia e como te estás a sentir, e não podes. So what?

Basta de dramas. O que fazemos com o tempo que nos é dado? Lamentamos-nos do que não temos e como ninguém nos compreende, ou fazemos alguma coisa em relação a isso?
Os problemas enfrentam-se, não se evitam. Temos que aprender a viver a nossa vida, sozinhos. Não porque não podemos confiar em ninguém, ou porque o mundo é mau, mas porque mais ninguém o vai fazer por nós. Há coisas que vamos sempre viver sozinhos quer seja porque naquele momento não há ninguém, ou porque não podemos falar, ou simplesmente porque não adianta nada partilhar.
Claro que ninguém quer estar sempre sozinho, nem sentir-se abandonado. Mas nos momentos em que ficamos a sós connosco, ou os aproveitamos ou não. Seguramente já experimentámos momentos em que estamos sozinhos e estamos óptimos. Momentos em que vivemos o que temos e aproveitamos isso ao máximo. Viver assim é uma escolha nossa: se ninguém cuida de nós, então cuidamos nós."
Só uma coisa é garantida: vamos ficar sozinhos. E isso vai ser bestial.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Amar é muito mais sentir do que dizer...

Tentei lhe dizer muitas coisas, mais acabei descobrindo que amar é muito mais sentir do que dizer. E milhões de frases bonitas, jamais alcançariam o que eu sinto por você.

 José de Alencar

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Não gosto de Natal...

.
"Não gosto de Natal
frio, injusto,
desse jeito comercializado...

Uns com tanto,
outros em prantos...

Tristes, marginalizados!

Não gosto de celebrar
pela metade.

Enquanto a outra metade,
dorme nas calçadas,
nos becos sujos, escuros...

Sem lugar pra armar
a tal d’árvore!

Ah, sem motivo algum
pra celebrar
um Natal frio, injusto...

Uns com tanto,
em banquetes de luxo...

Outros, de barriga roncando!

Prostrados,
os pés descalços, nos muros
daqueles becos sujos...

Escuros... sem lugar
pra tal d’Árvore de Natal."

domingo, 22 de dezembro de 2013

Há dias em que ficar em silêncio é a melhor forma de tornar tudo menos distante!


"Há dias em que ficar em silêncio é a melhor forma de tornar tudo menos distante.
Há dias em que a possibilidade de realizar o sonho é tão pequena que devemos fechar
os olhos para torná-lo grande novamente.
Há dias em que a escuridão não nos deixar ver e é preciso usar as mãos para sentir a
forma das coisas.
Há dias que a nossa dor é maior que o mundo e é preciso olhar a imensidão do céu para
que ela se torne apenas um pontinho no mundo.
Há dias em que nada acalma, que a irritação é maior e é preciso arrancarmos todo o ar
possível para preencher o nosso peito.
Há dias em que a alma sufoca e é preciso gritar, bater... pra o nosso corpo se tornar
mais leve.
Há dias em que uma música toca fundo, aperta... e é preciso tentar apagar os
pensamentos pra não se afogar nos sentimentos.
Há dias em que a solidão toca fundo e é preciso inventar uma companhia para que ela
não nos sufoque.
Há dias em que o tornado é forte e não há outra opção, é segurar-se forte em algum
lugar para não ser levado e machucado por ele.Há dias que você só precisa saber que é
preciso dar passos para seguir em frente e melhorar a postura, o corpo entende e a
vida continua.
Há dias que só é preciso dormir para esquecer um pouco do mundo."

sábado, 21 de dezembro de 2013

Relacionamentos Virtuais!!!

Fui absolutamente rendida pelo poder das relações virtuais. Acredito que é possível conhecer alguém por e-mail, se apaixonar por e-mail, odiar por e-mail, tudo isso sem jamais ter visto a pessoa. As palavras escritas no computador podem muito. Mas nem sempre enxergam a verdade.

São sete horas de uma manhã chuvosa. Você não dormiu bem à noite. Põe pra tocar um som instrumental que deixa suas emoções à flor da pele. Vai para o computador e começa a escrever para alguém especial as coisas mais íntimas que lhe passam no coração. Chora. Escreve. Olha para a chuva. Escreve mais um pouco. Envia.

São onze horas da noite deste mesmo dia. O destinatário da sua mensagem está dando uma festa. Todo mundo fala alto, ri muito, rola a maior sonzeira. Ele pega uma cerveja e dá uma escapada até o computador. Abre o correio. Está lá a mensagem. Um texto longo que ele lê com pressa. Destaca algumas palavras: "a saudade é tanta... sozinha demais... dividir o que sinto..." Papo brabo. Responderá amanhã. Deleta.

Alguém pode escrever com raiva, escrever com dor, escrever com ironia, escrever com dificuldade, escrever debochando, escrever apressado, escrever na obrigação, escrever com segundas intenções. Nada disso chegará no outro lado da tela: a pressa, a hesitação, a tristeza. As palavras chegarão desacompanhadas. Será preciso confiar no talento do remetente em passar emoção junto de cada frase. Como pouquíssimas pessoas têm esse dom, uma mensagem sensível poderá ser confundida com secura, tudo porque faltou um par de olhos, faltou um tom de voz.
Se você passou a desprezar alguém, pode escrever "não quero mais te ver". Se você ama muito alguém, mas a falta de sintonia lhe vem machucando, pode escrever "não quero mais te ver".

Uma mesma frase e duas mensagens diferentes. Palavras são apenas resumos dos nossos sentimentos profundos, sentimentos que para serem explanados precisam mais do que um sujeito, um verbo e um predicado. Precisam de toque, visão, audição. Amor virtual é legal, mas o teclado ainda não dá conta de certas sutilezas.

 Martha Medeiros.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo...

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se. (...) Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ás vezes...

"Ás vezes me revelo, as vezes me recolho para deixar doer, doer até sangrar. Este processo por vezes é necessário, para poder voltar refeita, inteira... Existe no silêncio tão profunda sabedoria, que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta."

Sensação

algo
estranho no ar
algo
diferente
mas tão óbvio
sentimento abrupto
melancolia bruta
tudo em stand-by
algo
estranho chegando
não sei o que é
mas o sinto
e é forte
e isso
me paralisa
me choca
me faz
querer voltar
para a toca
 
 Mô Schnepfleitner

sábado, 7 de dezembro de 2013

UMA NOITE CLARA

Uma noite como outra qualquer, contudo deveras escura
Momento onde olho para os lados e nada percebo
Um instante de silêncio gritante que angustia
Fantasmas do passado rondam, atormentam, esfriam.

Passear, sim, caminhar sem destino, sem tempo ou correria
Ruas repletas de pessoas, mas ninguém vejo
Sorrisos espalhados ao vento e nada escuto
Crianças brincando eufóricas, nada sinto.

Mar a minha frente, seu cheiro me anima, envolve-me
Sapatos na mão, areia sob os pés, água entre os dedos
Vento gostoso que me acaricia o corpo
Estrelas no céu que pulsam o tempo todo.

Sento-me na areia, aprecio aquela divina imagem
Ondas do mar a todo instante dançando ao ir e vir
Estrelas brilhantes convidando-me a sorrir
Nuvens que me dizem “vem deitar-te aqui”.

No horizonte surge a minha frente uma bola avermelhada
Lentamente ganhando o céu, linda, imponente, majestosa
O satélite dos beijos enamorados, inspiração dos versos apaixonados
A bela lua que cresce e míngua sem pedir licença deixando o mundo encantado.

Percebo que catástrofe ou tormenta alguma irá mudar esta verdade
Haja o que houver as ondas do mar e o brilho da lua continuarão seu passeio
Por mais densas que sejam as nuvens as estrelas continuarão brilhando
Adversidades podem bloquear nossa visão, ainda assim tais maravilhas existirão.

Vejo que não faço idéia de quantos grãos existem num punhado de areia
Mas entendo que sou eu quem escolherá por quais milhares irei trilhar
Resolvo abrir os olhos ao que me cerca e enxergar a tudo com clareza
E entendo que tenho o poder de não permitir que um tropeço faça-me cair.

Os fantasmas do passado que nele fiquem
E não serão os reveses do presente que me farão parar de seguir em frente
Escolho cultivar no hoje a paz para o amanhã
Permitindo que gloriosamente a vida continue andando em seu curso natural.

O mundo com sua centena de dias e milhares de horas
A cada segundo possibilita-me mudar a história
E ali sentado sozinho percebi que posso escolher o que estou sentindo
Repentinamente tudo ao meu redor mostrou-se lindo.

Agora vejo as pessoas caminharem, escuto os seus sorrisos
As crianças brincam eufóricas e me vejo repleto de emoção
Sorrio ao mundo e ele me devolve paixão
Não, definitivamente não foi uma noite qualquer, ela foi lindamente clara.

Henrique d’ Almeida

Continuo vivendo e aprendendo.

Eu sou feito de Sonhos interrompidos detalhes despercebidos amores mal resolvidos. Sou feito de Choros sem ter razão pessoas no coração atos por impulsão. Sinto falta de Lugares que não conheci experiências que não vivi momentos que já esqueci. Eu sou Amor e carinho constante distraída até o bastante não paro por um instante. Já Tive noites mal dormidas perdi pessoas muito queridas cumpri coisas não prometidas. Muitas vezes eu Desisti sem mesmo tentar pensei em fugir,para não enfrentar sorri para não chorar. Eu sinto pelas Coisas que não mudei amizades que não cultivei aqueles que eu julguei coisas que eu falei. Tenho saudade De pessoas que fui conhecendo lembranças que fui esquecendo amigos que acabei perdendo Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

sábado, 30 de novembro de 2013

Um amor não é feito só de sentimentos...

Um amor não é feito só de sentimentos, e nem só de planos, e nem só de atos heroicos e nem só de ações.
Um amor, quando é bem grande, fica tão grande que precisa se tornar presente, precisa ser expressado e concretizado.
Talvez porque todo amor, mesmo novinho, mesmo cheio de esperança de durar sabe que é frágil e que pode acabar antes mesmo de conseguir renovar-se.
E precisa deixar muitos sinais, muitas marcas para ser lembrado.
Porque o sonho de todo amor, se não puder ser eterno, é ser assim: Inesquecível.

Vinícius de Moraes

sábado, 23 de novembro de 2013

Quase...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que incomoda, que entristece, que mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que
se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa
maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou
melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos
sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que
sussurrados. Sobra covardia e falta de coragem até pra ser feliz. A paixão
queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os
dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina,
não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz
dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance;
para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência.
Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a
oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance;
pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance
cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade
sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que
sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora
quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz F. Veríssimo

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Não somos perfeitos...

Não devemos nos cobrar tanto. Não somos perfeitos, embora tenhamos, dentro de nós, todos os ingredientes para alcançarmos a perfeição. Mas isso demora. É preciso experienciar muitas vidas para nos aproximarmos da verdadeira iluminação. Enquanto isso não acontece, vamos tentando...
Temos que ser compreensivos com as nossas limitações. Deixar o orgulho de lado e aceitar que desconhecemos muitas coisas, não podemos tudo, não somos infalíveis. Essas são ilusões deixadas pelo orgulho. Vencer o orgulho é difícil, é vencer a parte mais ditadora em nós, aquela que luta para comandar nossos pensamentos e atitudes mais mesquinhos e danosos.
O esforço é próprio e pessoal e deve começar com a aceitação. Aceitar que somos orgulhosos é complicado, mas é preciso. À medida que vamos caminhando, vamos deixando pelo caminho nossas imperfeições, mas o orgulho costuma ser o último a nos abandonar.
Mas só seremos verdadeiramente livres quando conseguirmos, finalmente, nos desapegar das armadilhas do orgulho e fazer brilhar em nós a luz da simplicidade e do amor.
 
Autor desconhecido

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.


Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

 Clara Ferreira Alves 

"Expresso"

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Já não reclamo...

Troco o dia pela noite, prefiro a Lua ao Sol. O Sol queima a pele, derrete os pensamentos. A Lua, não, é pura calma e inspiração.
Já não reclamo mais a sua presença, sem ela meu corpo fica em paz e não atrapalha meus pensamentos.
O pior efeito da paixão é fazer-nos perder o juízo, o senso, a razão e nos fazer viver à flor da pele.
Sem teus olhos, com certeza manterei minha decisão. O que me mata é teu cheiro e teu sorriso, mas uma vez que não o sinta e não o veja passo a desejar-te menos.
E assim será até desaparecer completamente de meus sonhos e não bater acelerado meu coração toda vez que os meus pensamentos voltarem a você.
Serão apenas lembranças de boas e intensas experiências que por um momento quase fizeram com que eu desviasse meu caminho.
Como quase é NADA, logo estarei no meu lugar. Graças à sua ausência que faz com que a febre que eu sinto, aos poucos, dê lugar à lucidez.

Autor desconhecido

sábado, 5 de outubro de 2013

O amor romântico é como um traje...

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Fernando Pessoa

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ensaia um sorriso

Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.

Mahatma Gandhi

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Aprendi....

Aprendi que amores eternos podem acabar em uma noite. Que grandes amigos podem se tornar ferrenhos inimigos. Que o amor, sozinho, não tem a força que eu imaginei. Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno. Que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos. Que confiança não é questão de luxo, e sim de sobrevivência. Que os poucos amigos que te apoiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram. Que o nunca mais nunca se cumpre, e que o para sempre sempre acaba. Que minha família com suas 1000 diferenças, está sempre aqui quando eu preciso. Que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo. Que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo. Que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda não vou ter aprendido.

(autoria atribuída a William Sheakespeare)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Arte digital


Onde é que se encontra o sublime?

Onde é que se encontra o sublime? Perto. Ao regar as plantas no jardim. Ao escolher os objetos da casa conforme a lembrança de um momento especial que cada um deles traz consigo. Lendo um livro. Dando uma caminhada junto ao mar, numa praça, num campo aberto, onde houver natureza. Selecionando uma foto para colocar no porta-retrato. Escolhendo um vestido para sair e almoçar com uma amiga. Acendendo uma vela ou um incenso. Saboreando um beijo. Encantando-se com o que é belo. Reverenciando o sol da manhã depois de uma noite de chuva. Aceitando que a valorização do banal é a única atitude que nos salva da frustração. Quando já não sentimos prazer com certas trivialidades, quando passamos a ter gente demais fazendo as tarefas cotidianas por nós, quando trocamos o "ser feliz" pelo "parecer feliz", nossas necessidades tornam-se absurdas e nada que viermos a conquistar vai ser suficiente, pois teremos perdido a noção do que a palavra suficiente significa.

Martha Medeiros

domingo, 1 de setembro de 2013

Uma dor de cada vez basta.

Apago todas as mensagens. Menos as tuas. Guardo a tua voz em pequenas doses e, dia sim dia não, ouço-as todas de seguida. Sinto-me demasiado incapaz para falar contigo o que quer que seja. Não sei onde estás. Não quero saber. Tenho medo de saber mais do que sei. Uma dor de cada vez basta.

Pedro Paixão

sábado, 31 de agosto de 2013

Não deixe o amor passar

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor. Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Arte digital


Na batalha do ódio com o amor

Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

(William Shakespeare)

Meu Erro...


As Palavras de Amor

As Palavras de Amor
Poema de Luis Filipe Esteves
Musica: Your Love de Ennio Morricone intrepretada por Dulce Pontes

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Parabéns a todos vocês que têm sonhos.

Parabéns a todos vocês que têm sonhos.
Que colocam neles o ultimo pensamento do dia, instantes antes de dormir.
Que não desistem, e apesar de todas as contrariedades persistem.
Que não se abalam, pois nos dedos das mãos, seguram, amparam, agarram outras mãos que equilibram.
Que se silenciam por vezes nos acertos entre o que fazem e o que dizem.
Que apesar de todas a pedras que encontram no caminho, continuam a correr.
Que reclamam dos problemas, no entanto bem no fundo e íntimo de cada um sabem que a vida é feita deles.
Que tentam entender os defeitos alheios, procurando perceber e melhorar os seus.
Que passeiam pelo sol e pela lua a fantasia, de encontro noite e dia à realidade.
 
Autor desconhecido

sábado, 24 de agosto de 2013

A solidão não é viver só...

Ora, a solidão, ainda vai ter de aprender muito para saber
o que isso é, sempre vivi só.
Também eu, mas a solidão não é viver só, a solidão é não
sermos capazes de fazer companhia a alguém
ou a alguma coisa que está dentro de nós.
José Saramago.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de
se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Mário Quintana

Momentos


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!

Cecília Meireles

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

sábado, 17 de agosto de 2013

Amizade é isso!!!

Quero te dar chuva de flores pela manhã. E quando quiseres podes vir colher sorrisos direto do quintal da minha alma. Nunca há de te faltar afecto. E se murchar tua alegria, podes vir buscar uma muda no meu jardim para que a tua floresça outra vez. Se te faltar o vento, eu te sopro carinho. E se te faltarem as cores do dia, a gente pinta tudinho com tons de felicidade. Lá do alto, não te deixarei olhar para baixo e mesmo que escorregues de uma nuvem molhada, eu não te soltarei a mão, não te deixarei cair. Amizade é isso, teto firme no temporal, água para a sede no deserto, riso para enxugar a lágrima que cai.
 
 Karla Thayse.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A solidão aperta...

Você se apaixona, as pessoas perdem a graça, as músicas te decifram, os filmes te completam, as frases ficam mais clichês. A solidão aperta, a vontade de estar com a pessoa aumenta e quando surge uma oportunidade, o coração dispara, o estômago gela, a respiração fica ofegante. Você adia e continua sentindo tudo sem demonstrar nada. 
 
Autor desconhecido

sábado, 10 de agosto de 2013

Aprenda a deixar ir...

Aprenda a deixar ir, não precisa esquecer, mas, deixe acabar, deixe coisas novas chegarem, saiba esperar por elas e saiba não esperar também. Se você enxergar as coisas da maneira exacta, elas nunca serão totalmente erradas. Foi assim que eu aprendi a sobreviver nesse pouco tempo de vida que tive, me desapegando. De tanto se perder uma hora a gente acerta o caminho.

Sean Wilhelm

domingo, 4 de agosto de 2013

Aparências....


"Nenhuma mulher é mais linda porque tem olhos azuis, verdes, castanhos, pretos...
Quando a felicidade eclode, a cor é compensada mil vezes pelo brilho deles.
Nenhuma mulher é mais atraente porque suas curvas estão todas no lugar certo...
A forma perfeita escultural de uma estátua grega, não substitui o calor que o Amor produz...
Nenhuma mulher tem cabelos mais radiantes, sejam loiros, ruivos, castanhos, pretos...
A eletricidade que os fios provocam num cafuné, revelam um carinho inexplicável e, sem cor, o colo é muito mais afável.
Nenhuma mulher é mais charmosa, elegante, porque possui as roupas mais finas, caras...
A pele que os panos encobrem, é muito mais aveludada, sedosa, macia, quando se vê além.
Nenhuma mulher brilha mais, porque suas joias, seus anéis, reluzem mais que o sol, as estrelas...
O adornos de nada valem nos dedos, no pescoço de quem não sabe o quer dizer a palavra humildade.
Nenhuma mulher é mais importante, porque possui diplomas, cursos, graduações...
As palavras não serão sábias se não vierem de dentro. Até a mais analfabeta poderá ter maior sabedoria.
Nenhuma mulher é mais rica porque possui mais cartões de crédito, talões de cheque e fortunas em bancos. ..
Os cifrões podem comprar tudo, mas nunca os corações.
Nenhum homem será feliz ao lado de uma, se não tiver olhos para isto tudo enxergar."

sábado, 3 de agosto de 2013

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades.

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida.

Amar e sentir com alma, mas expressar os sentimentos depende das ideias de cada um...

Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele.

Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades...

... enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos

... queremos ser compreendidos e não nos compreendemos

... queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles.

Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha preencher o buraco que nós cavamos.

A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos,

cujos resultados frustrantes se repetirão.

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades.

Só quem se ama pode encontrar em sua vida

Um Amor de Verdade!

Autor desconhecido

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Momentos

Só nós!!!

Quantas vezes tentaram adivinhar o que sentíamos e erraram. Julgaram nossas ações e erraram. Tiveram certeza sobre nossos propósitos, erraram. O que somos de verdade e o que queremos de facto, só nós sabemos. Só nós.

 Martha Medeiros.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A gente não faz amigos, reconhece-os.



Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. 
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. 
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! 
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ... 
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. 
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. 
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. 
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. 
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. 
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. 
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... 
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! 
A gente não faz amigos, reconhece-os. 

Vinícius de Moraes

sábado, 20 de julho de 2013

Impressão Digital


Momentos


Amargo doce Mundo

Trágico
Todos tentando esconder
Todas essas garotas
Se habituam a isso
É meio bizarro quando essa é quem você realmente é
É trágico o que isso se torna
Eu enterro todos meus vícios
Tentando deixar minha cabeça levantada sobre isso
Quando tudo é tanto faz,
O ser tudo é ser nada
E antes de desaparecermos
Chame as coisas como realmente são
E você deveria saber
Você pode falar
É um amargo doce mundo
Porque todos nós não vamos em frente
Nesse
Amargo doce mundo
Todos estão colhendo o que eles plantaram
Nesse
Doce mundo

O que quer que tenha acontecido com a mágica
Que nos segurou
A fé que estava acesa na estrela
Agora
Os hipócritas apontam dedos
Com três dedos para trás
E tudo foi deixado com isso [x6]
O orgulho insensato e as soluções rápidas
Ya
O ser tudo é ser nada
E antes de desaparecermos
Chame as coisas como realmente são
E você deveria saber
Você pode falar
É um amargo doce mundo
Porque todos nós não vamos em frente
Nesse
Amargo doce mundo
Todos estão colhendo o que eles plantaram
Nesse
Amargo doce mundo
Com guarda-roupas cheios de esqueletos
Eu sou uma amarga doce garota
Demônios estão longe de me pegar
Enquanto eu permaneço sozinha

Há uma questão universal
Todos estão em disfarces
até você e eu
diante da fachada tentando nos dar bem
Você quer brincar com fogo
Outra vez
Há uma questão universal
Todos estão em disfarces
Até você e eu
Diante da fachada tentando nos dar bem
Você quer brincar com fogo
Você vai ficar queimado
O ser tudo é ser nada
E antes de desaparecermos
Chame as coisas como realmente são
E você deveria saber
Você pode falar
É um amargo doce mundo
Porque todos nós não vamos em frente
Nesse
Amargo doce mundo
Com guarda-roupas cheios de esqueletos
Eu sou uma amarga doce garota
Demônios estão longe de me pegar
E eu continuo sozinha

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Impressão Digital


As palavras vestiram-se de azul-castanho

As palavras vestiram-se de azul-castanho e empurraram as
vidraças, onde eu me me encostava, conversando com a lua. Era contundente e autoritário o rumor das sílabas, inquietante o movimento das vogais, cáustico o sibilar das consontes. A torrente de queixumes rebentou o frágil dique de silêncio que pairava, constrangedor. Discorreram longamente sobre os cansaços, o desgaste, a deturpação, o esvaziamento, a vaguidade e a leviandade com que andam a ser tratadas. Querem ser poupadas, respeitadas, ouvidas. Sobretudo querem que lhes seja restituída a dignidade. Estão saturadas da inutilidade com que as usam em frases de grandes efeitos e nulas de conteúdo. Não querem ser mostradas do avesso e exigem que lhes sejam devolvidas as raízes que lhes dão identidade. Não querem ser escritas nem pronunciadas em vão. Querem voltar a ser poesia e prosa de origens genuínas. E ser obedecidas nas regras que impõem. Não pensei que as palavras vertessem lágrimas, tão-só que as descrevessem. Mas no reflexo das vidraças onde dançava a lua, gotas redondas, brilhantes como cristais, escorriam como chuva suave em noite de verão. Uma onda de arrependimento, de pudor e de remorso sufocou-me todos os argumentos, todas as respostas. Prometi que as votaria a um limbo protector e que as deixaria serenar em páginas vazias e nuas. Libertei-as num voo nocturno e apaziguador, e elas formaram círculos que traduziam sorrisos gratos. Seguiram um rumo desconhecido, desenhando elegantes e complexos arabescos na noite escura. Nunca as amei tanto como nesse momento… e a sua ausência é saudade macia em que me deito e adormeço…

Rita Pais 

Quase...


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Verissimo