quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

És um deles? Parabéns!


A infância de quem nasceu nos anos 60, 70 e 80

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
 
 Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas à prova de crianças, ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.

Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar à frente era um bónus.

Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
 
 Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque os óleos de fritar não continham gorduras trans e estávamos sempre a brincar lá fora.

Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões.
Depois de acabarmos num monte de silvas, ou contra uma parede qualquer e aprendíamos. 
 
 Ou não…
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.

Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.

A televisão tinha apenas dois canais e tinha-mos de madrugar ao domingo para ver os desenhos animados que um senhor chamado Vasco Granja apresentava.

Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
 
 Tínhamos amigos. Se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía!
Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.

Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Aprendíamos a andar de bicicleta, na bicicleta do pai ou do vizinho e chegávamos a casa com os joelhos todos esfolados.

Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola. Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem, ou nos fossem buscar.
 
 Criávamos jogos com paus e bolas. Brincávamos ao pião e ao prego. Jogávamos à carica e ao berlinde, às três covinhas.
Jogávamos à bola na rua e era na rua que aprendíamos a jogar futebol. O conceito pagar para estar numa escola de futebol era algo que seria, no mínimo, estranho e sem qualquer sentido para nos nossos pais.

As meninas saltavam à corda. Brincavam às casinhas e às enfermeiras.

Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei e dos professores.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
 
 Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns!
 
 
Autor desconhecido

Robert Doisneau photography
 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Desvios...


Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"

Momentos

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Gostava de Escrever sobre Algo que Já Esqueci...


Gostava de Escrever sobre Algo que Já Esqueci...

Não sobre Memórias Trucidadas pelo Tempo...
Não Exactamente sobre Lembranças Colhidas pelas Páginas Opacas da Vida...

Gostava de Escrever sobre os Rostos Inertes de Olhares Inexistentes...

Não obviamente sobre Fracções de Vida que os Minutos Esgotam...
Não claramente o Céu Varrido pelo Vento que se Dissipa no Horizonte...

Gostava de Escrever sobre Algo que Já Esqueci...

Regressar ao Passado Longínquo e Absorver os Nadas que ficaram Por Dizer...
Regressar ao Passado Presente e juntar-lhe os Tudos que Repousam Levitando... 

 Voltar a Escrever Histórias de Embalar num Profundo Silêncio...
Voltar a Escrever Amargas Noites em Dias Simétricos...

Rebuscar o Baú dos Sentimentos e Descobrir Rasuradas Lembranças...
Mergulhar na Placenta Do Passado e Voltar Assim...

Com uma Mão Cheia de Tudo e um Olhar Vazio de Cetim...

Gostava de Escrever sobre Algo que já Esqueci...

Sobre como Eu era na Puberdade dos Sonhos...
Sobre o que Eu dizia no Inverno da Minha Gestação...

Sobre o que Eu fazia quando a Tristeza Me Invadia...

Sinto-me a Respirar por Trás do Vidro que Me Separa de Mim Mesmo... 

 Vivo...
Ainda...

Ou Será que já Me Esqueci?!

Com uma Mão Cheia de Tudo e um Olhar Vazio de Cetim...


Autor desconhecido

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

NÃO QUERO MORRER…..


Apareceu, por mão amiga, este texto de Júlio Isidro que dá para este fim de semana dar ânimo a todos os que bem pensam sobre o nosso futuro.

NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!!!!!
NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO  PARA  JÁ SABER TUDO!
 Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.
E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.
Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente,  ordenadamente, no respeito  das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.
Sou dos que acreditam na invenção desta crise.


Um “directório” algures  decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.
Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.
Parece que  alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado  que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho.Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.
Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro  entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o miagre da multiplicação dos pães.
 Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de  sair de casa,  suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se  de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores  de geração espontânea, mas 81.000  licenciados estão desempregados.
Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada”  faz um milhão de espectadores.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.
Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.

Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas  há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.
Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem...estar para ambas as partes.
Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…
Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.

Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.
E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.
Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.
E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…
Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.
E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.
É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.
 Júlio Isidro

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Vale a pena estudar?


O desemprego jovem é terrível.

Ouvimos falar dele, constatamo-lo nas famílias, nos conhecidos e amigos, assistimos a uma geração inteira de vida adiada. Sem autonomia, sem opção, sem escolhas. Sem possibilidade de constituir família, assumir encargos, projectar o futuro, existir.

Mas quantas vezes falámos sobre as suas causas? Quantas vezes achámos rapidamente e com um encolher de ombros que é por causa da crise?

Parece que afinal, segundo um estudo da consultora McKinsey para a Comissão Europeia, a “falta de emprego” e a “crise económica” explicam apenas uma parte do problema. Há outros factores há muito apontados pelos sociólogos (esses profissionais que tanta gente acha que não servem para nada…):
  • o adiamento da idade da reforma que prolonga a permanência da população no activo;
  • o aumento do número de mães trabalhadoras que conciliam a vida familiar com a profissional e, assim, reingressam ou nem chegam a sair do mercado de trabalho;
  • a desadequação entre o que se aprende e aquilo que o mercado de trabalho procura. 
Afinal 74% das instituições de educação estão confiantes que os seus diplomados estão preparados para ingressar no mercado de trabalho mas só 38% dos jovens e 35% dos empregadores partilham a mesma confiança.
O pior de tudo é a conversa de surdos-mudos entre o mercado do trabalho e o mercado dos cursos superiores: em Espanha, por exemplo, desde 2008, o número de empregos na área da construção caiu 62%, no entanto, o número de diplomados em arquitectura e engenharia civil aumentou em 174% desde 2005.

A rigidez da oferta formativa deixa em casa de canudo na mão milhares de diplomados a quem a realidade fugiu, veloz na mudança, sem contemplações.
O mundo mudou e a escola portuguesa perdeu o comboio da realidade a muitos níveis e há muito tempo. Por isso, se queremos todos mais adequação entre aquilo que sabem fazer os jovens diplomados e aquilo que as empresas precisam, é preciso intervir lá no início da pescadinha de rabo na boca, ou seja, nas leis que determinam como é a formação de professores, como são desenhados os cursos superiores, na forma como se ensina e se aprende.

Afinal que formação falta aos candidatos a um emprego?

Quem emprega, fala de lacunas nas “competências básicas” nas áreas da comunicação oral e da ética do trabalho.
Neste estudo, três em cada 10 empregadores portugueses responderam que não estão a ocupar as vagas porque não conseguem encontrar candidatos com as competências certas e isto é um assunto particularmente crítico nas empresas pequenas, tendo Portugal uma carência no que se refere à capacidade de resolver problemas e no domínio da língua inglesa.
Este facto significa uma de duas coisas: que há gente à procura de trabalho que não esteve tempo suficiente na Escola, ou que muitas pessoas que tiveram largos anos de inglês na escola não aprenderam o suficiente para fazer dessa língua uma ferramenta de trabalho. Porquê?

Como ex-professora tenho umas pistas, mas não cometo a leviandade de me colocar com palpites. Os porquês carecem de pesquisa a sério, mas podem começar olhando para os adolescentes que conhecem: quantos são capazes de sustentar uma conversa em inglês com um nativo na língua? Quantos seriam capazes de ser auto-suficientes na comunicação falada e escrita num país de língua inglesa?

Já a carência que os empregadores portugueses detectam na incapacidade de resolver problemas é coisa vasta, mas talvez que uma educação que não premeia a originalidade, a diferença, a pro-actividade, a reflexão, a cidadania activa não possa esperar profissionais que resolvam problemas. Se educamos crianças para repetir modelos e verdades fossilizadas, não devemos esperar adultos criativos, assertivos ou sequer curiosos, futuros profissionais que saibam resolver problemas.

No momento em que delegamos “em quem de direito” resolver a nossa vida e a dos nossos filhos estamos a cometer vários erros perigosos: um é achar que quem nos governa está interessado em resolver qualquer dos nossos problemas; outro é partir do princípio que quem nos governa sabe resolver os nossos problemas.

Posto isto, o que nos resta para que mais uma geração não seja triturada a estudar o que não serve ao mercado de trabalho?
  • Dar voz a quem emprega: quem melhor que os empresários para dizer aos responsáveis pelos cursos, que tipo de profissionais precisam?
  • Ouvir os mais jovens: não se aprende agora como há 50 anos.
  • Nivelar por cima: para ensinar não bastam os médios. Precisamos dos melhores para ensinar. Os melhores são aqueles que sabendo como ensinar, sabem o que ensinar. Os melhores são também os que gostam e sabem comunicar com crianças e jovens. Na Finlândia, o país do sucesso educativo - que começou a descentralizar a Educação com poderes reforçados aos municípios na década de 70 - os professores respondem na sua maioria à pergunta -Porque escolheu ser professor?, com uma encantadora resposta: “Porque gosto de crianças.
Em todos os momentos em que não agimos para mudar o estado de coisas, as coisas permanecem iguais. É a chamada Lei Portuguesa do Deixa Andar.
Depois, temos os jovens licenciados em casa dos pais. Sem futuro.

Da próxima vez que houver eleições, seja exigente.
Escolha alguém que se preocupe com a Educação.

É o único caminho que desemboca num lugar chamado Futuro.

Alexandra Azambuja

domingo, 16 de fevereiro de 2014

You


O amor que eu sinto dispensa palavras.
Eu sei que você pode me sentir
Como eu te sinto.
O meu olhar e a minha admiração falam por mim.
Amo te ouvir,
Amo sentir o teu carinho,
Amo o teu sorriso,
Amo o teu abraço.
Ah, o teu abraço não tem preço.
Nunca esqueci o teu primeiro abraço...
Nunca me canso dos teus beijos...
É impossível dizer tudo que eu amo em você,
Eu só sei que quero te amar com toda a minha intensidade
Porque também é muito grande o meu amor por você.

E agora estou contando os minutos para você vim me buscar,
Porque eu não vejo a hora de estar com você.
 
Autor desconhecido
 
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quem De Nós Dois...


O que Distingue um Amigo Verdadeiro!


Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas. 
 
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.  
 
 Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem.
É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável.
No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço».
E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c. 
 
 Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos.
Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem.
Odeiam-nos lealmente.
Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor.
Para mais, pífio e arrependido.
Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa.
 E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão.
O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão.
O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana?
Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais.
Os amigos não podem ser maus.
A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade.
E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.
 
 Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

O Amor é...


O Amor é... O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida.
O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força.
O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz.
O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda.
Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te. 
 O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz.
O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil. O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso. 

 Joaquim Pessoa.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Textos são apenas palavras reunidas...


Textos são apenas palavras reunidas.
Regras de gramática aplicadas.
Verbos organizados, disciplinados.
Sentidos colocados, programados.
Tem começo, meio e fim.
Vírgulas, pontos e reticências.
Autor, personagem, leitor.
Falam de teoria e prática.
Mas não saem do papel.
Quem disse?
 Alguns mexem tanto com a gente...
Parecem arranhar pele, coração e cabeça.
Confortam mas também incomodam.
Por isso, guardamos alguns deles.
Para usar quando foi necessário, conveniente.
E, para nos lembrar que a vida tem que se mais do que
algumas palavras reunidas. 
 
Autor desconhecido

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Amores eternos escritos nas estrelas, citado pelo destino, marcado pelo tempo e vivido por NÓS!!!



Amores irreais alimentados por vento e estações...
Amores carnais vividos por dois corpos em fusão...
Amores inesperados constantes que vem e vai em um batimento...
Amores noturnos que ao clarear se isolam na mente e perdem a forma...
Amores duradouros aprendizagem gradativa e doação...
Amores prometidos cumpridos ingenuamente...
Amores...
Amor...
Amo...
Amores eternos escritos nas estrelas, citado pelo destino, marcado pelo tempo e vivido por NÓS!!!

Mary Seduction