Há alturas na vida em que só pedimos que nos deixem em paz.
Estamos tão cansados de guerras, decepções e dissabores, que queremos
apenas que nos deixem sozinhos no nosso canto.
Nestas ocasiões, a
solidão tem um lado protector, porque nos afasta
daquilo que não queremos junto a nós.
São momentos em que não fazemos
questão de ser escutados, amparados, ajudados ou sequer amados.
Tal não
significa que não precisemos de amor. Pelo contrário.
Toda a nossa vida
vamos precisar de amor.
No entanto, nestes momentos só queremos ficar em
paz porque sabemos que, por vezes, o amor vem acompanhado de exigências
e incompreensões para as quais já nos falta o discernimento necessário
para entendê-las ou correspondê-las.
Não é que não sintamos amor, mas
paz é aquilo por que mais ansiamos.
Parece que nada mais importa a não
ser ficarmos em paz.
Parece que nada mais é importante do que ficarmos
em silêncio.
Parece que só toleramos aquilo que naquele instante não nos
reclama nada.
Parece que chegou o tempo de não nos importarmos mais com
aquilo que pensam ou dizem de nós e deixarmo-nos levar unicamente pela
nossa vontade de ficar apenas em paz.
Autor desconhecido