quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um dia quem sabe…

"Sonho sobre ti a vontade do meu querer
Derramo no lençol, insensível, o mel do meu desejo
Acordo sentindo em mim teu cheiro
Latente no pano manchado
Que de longínquo não se quedou
Em mim esquecido.
Impregnado, bem fundo, no meu ser,
Clama pela chama que das cinzas se erga
Em desiderato de mim,
Esse teu ardor há tanto adormecido.
Sonho esse teu perfume
Que me embriaga os sentidos
Sonho esse teu corpo
Que solta a minha ternura
Oiço a tua voz, doce, rouca e serena,
Chamando no fundo do meu coração
Quase dizendo que me ama,
Mas sempre dizendo que não!...
Sinto a tua pele macia
Roçando o teu santuário
Rezando, dia a dia, uma oração de anseios
Que de tanto à virgem pedirem
E, por de ouvidos não serem
Ao ostracismo se entregam
Almejando vindouro dia
Que a chegar se nega
Em seu egocentrismo se apega
Esquecendo, relegando, o sentimento
Que na entrega voluntária, emana
Por si e em si se eleva
Em superior dádiva
Que, mais que dar, se oferece
Concedendo a plena entrega.
Sabor de querer, tão intenso assim,
Nem, a Deus se nega."

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