terça-feira, 19 de junho de 2012

Só tu consegues!


Caminhas em silêncio na cidade,
As pedras do chão escutam os teus segredos...
Segues devagar com os teus pensamentos,
Em cada passo que dás, segues errante...
Como cavaleiro andante,
Perdido numa multidão sem destino.
Dissipas os nevoeiros do teu passado,
De histórias, de castelos abandonados...
Ilusões que sentiste na pele...
Em arco-íris negros de sabores amargos.
Liberta-te dos teus fantasmas...
Das amarras que te aprisionam ao cais,
Em cordas que asfixiam os teus passos...
De encontros e desencontros,
De tempos sem sucesso.
Sentes o medo e procuras fugir,
Escondes-te atrás das sombras que te perseguem...
Recuas no caminho sem partir,
Trazes o silêncio das palavras na tua boca.
Observas caras, sem rosto, ao teu lado...
Na cidade que anoitece acordada,
Cheia de mimos e arlequins,
Num barulho transmitido por um silêncio louco...
Não adianta gritar, ninguém te ouve...
Sem sentimentos anunciados,
Não choras, nem ris...
Estás preso no tempo,
Ao passado e ao presente...
Prisões invisíveis prendem teus actos,
Fechas-te nesta caixa isolada,
Falta-te a coragem para a empurrar...
Abrir a porta e sair,
Passar para a outra margem.
Só tu tens a chave que te permite voar.
Liberta-te dos teus fantasmas.

1 comentário:

  1. Belo é o sentimento e as emoções desta poesia....sentida e numa ampla libertação...:)

    ResponderEliminar