• Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.
• A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
• E o mais independente também. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.
• Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
• Ter afinidade é muito raro.
• Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
• Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
• É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
• Não é sentir nem sentir contra... Nem sentir para... Nem sentir por... Nem sentir pelo... Afinidade é sentir com.
• Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
• É olhar e perceber...
• É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
• Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
• É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
• Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
• Porque tempo e separação nunca existiram,
foram apenas oportunidades dadas pela vida.
Artur da Távola
• Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
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